Fernando Bastos Júnior, ou simplesmente Fernandinho, um dos primeiros moradores de Água Clara, é homenageado com o nome de uma rua e também do Poliesportivo da cidade, inaugurado na gestão do prefeito José Rodrigues.
Nascido em Bauru (SP), em 26 de Janeiro de 1911, Fernandinho chegou a Água Clara aos 11 anos, em 1922. Veio para trazido por um tio por nome de Leocádio Bastos, que era agente de estação, e acabou se estabelecendo na cidade. Nesta época, existiam apenas quatro casinhas no município, onde se casou com Fábia Teodoro Bastos, nascida na região de São Domingos, com quem teve os filhos Delson, Dalton, Dilson e Dolsion. Esse último, o mais novo, é o Tiquinho, 63 anos, que conta a história do pai ao Fatos Regionais. 11 netos e nove bisnetos também fazem parte da geração de Fernandinho.
Pessoa bastante humilde, Fernandinho foi balconista e funcionário público municipal, tendo se aposentado na função de serviços gerais. Ele carpia rua. Já aposentado, por volta de 1971, abriu o Empório Santa Rosa, que acabou se transformando em um minimercado e funcionou até 1988. Esse comércio, que funcionava como Ponto de ônibus, era localizado na Rua Rodolfo José Bastos (Irmão de Fernandinho), lado da Igreja Católica.
“Seo” Fernandinho morreu um mês antes de completar 83 anos, no mesmo dia da morte do piloto Ailton Sena, em 1º de maio de 1994. Dona Fábia faleceu há três anos, aos 94 anos de idade.
Particularidades
Fernandinho tinha o futebol como hobby – quando era mais jovem – e também gostava de jogar baralho.
Uma particularidade a seu respeito, que é sempre lembrada pelos água-clarenses mais antigos, é que quase sempre estava assoviando. De acordo com Tiquinho, isso ocorria somente quando estava feliz. Aliás, o seu filho caçula revela a origem do assovio. Segundo Tiquinho, antigamente em Água Clara, muita gente era morta por engano, na tocaia. Esperto que era, sempre que retornava das trucadas das quais participava – que começavam à tarde e durava até à noite – Fernandinho vinha assoviando pelos “trieiros”, para evitar que fosse confundido com algum pistoleiro. Assim, se tivesse algum capanga na espreita ao longo do caminho, já saberia logo quem estava se aproximando.
Por fim, Tiquinho se revela tremendamente agradecido pelos ensinamentos recebidos do pai, que repassou para os filhos e os quais procura também instruir os netos. “Por que a família tem que ser a base”, diz, reconhecendo que deve tudo ao seu pai, que era humilde e respeitador. “O principal legado que deixou foram os valores da família, a humildade e o fazer o bem sem olhar a quem”, finaliza.