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O sonho dele é voar com seu mini traik, e "se não fosse o coronavírus já teria conseguido"

24 de julho de 2020 Retratos da Cidade
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Há mais ou menos um ano Lourival Pires de Souza, 71 anos, trabalha na construção de seu segundo mini trike, que está prestes a ficar pronto e estão faltando apenas alguns pequenos detalhes para chegar ao ponto almejado. Atualmente já se locomove com o veículo, dando umas voltas na avenida ou visitando os bairros, como o Portelinha, por exemplo. Ele mora no Jardim Primavera, em Água Clara, onde chegou 17 anos anos atras.

Seu objetivo maior, porém, é voar com a geringonça, que construiu sozinho a partir de ferro velho e de algumas partes que comprou via internet, como os pneus - que suportam grande peso - e a hélice, que mandou fazer no Rio Grande do Sul, por R$ 400,00.

Para “ganhar o céu”, entretanto, falta o principal: a asa, que é a peça mais cara e não pode ser de qualquer material. Tem que ser encomendada em uma fábrica de asa delta. Seu custo gira em torno de R$ 8 mil dinheiro que, por enquanto, o ‘engenheiro’ Lourirval não dispõe. Não tivesse surgido a pandemia do novo coronavírus, acredita que já teria conseguido.

O custo do ‘brinquedinho’ vai sair bem mais que dez mil reais, incluindo o gasto com o motor, de motocicleta 150 cilindradas e outros valores menores. Agora não tem noção de quando viabilizará o dinheiro para concluir a sua obra. Diz que vai esperar se aposentar primeiro para depois, quem sabe, conseguir um empréstimo. O primeiro voo ele pretende fazer na Fazenda do Thomé, se lá tiver espaço suficiente. Para tanto, são necessários uns 100 metros em linha reta.

Lourival explica que ao atingir 60 quilômetros por hora, após percorrer 25 metros, o mini trike já consegue levantar voo. O veículo chega atingir 80 Km/h.

Mente ocupada

Sem muito estudo, metade de sua vida Lourival trabalhou com refrigeração – o que faz até os dias atuais – e não tem a menor noção de mecânica. Foi ‘fuçando’ na internet que conseguiu construir o mini trike. Para tanto, teve de aprender a fazer um monte de atividades as quais não tinha menor noção como soldar, por exemplo.

Questionado sobre o que o levou a trabalhar na construção do mini tike voador, já que a vida toda só trabalhou com plantio de café e com geladeira, respondeu que foi para ocupar a mente. “Mente desocupada é oficina do diabo”, filosofou.

A vida toda diz que procurou manter o cérebro em funcionamento e que, graças a isso, foi ao médico apenas uma vez na vida por insistência da família e, mesmo assim, não acusou nenhuma enfermidade. “Aprendi tudo por Deus e por força de vontade”, revelou.

Ele garante que quando estiver pronto, o aparelho vai voar e será totalmente seguro. Sobre medo de cair, enfatizou: “se todo mundo tiver medo, ninguém faz nada”, finalizou.



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