Quando chega a esta época do ano, os água-clarenses – bem como a maioria dos sul-mato-grossenses – tem um programa de lazer um tanto quanto divertido: catar, colher ou apanhar guavira ou guariroba. Nesses últimos dias, os cerrados da região têm sido ‘atacados’ por moradores em busca desta deliciosa fruta que, do mesmo jeito que aparece, some, quase que num passe de mágica e em muito pouco tempo.
A empresária Mariá Sanabria é uma das que todos os anos se embrenha no cerrado à procura da fruta. Na semana passada, logo após almoço, ela foi com a família – o marido Fuscão Preto, os filhos e uma prima – em uma fazenda as margens da rodovia que demanda à Inocência. Desta vez ela voltou de mãos abanando, porque os frutos ainda estavam verdes. Neste fim de semana, porém, a turma retomará a missão e a expectativa é de uma colheita farturosa.
Além de saborear a fruta, Mariá a usa para curtir na cachaça. “Todo dia, no final da tarde, tomo uma dose bem pequena e faço para os amigos“, conta, afirmando que a porção não dá nem pro cheiro “porque fica com um sabor muito bom e sempre tem os amigos que vão nos visitar pra experimentar”.
Mariá usa a Ypióca, pinga que, segundo ela, é boa e fácil de encontrar nos mercados da cidade. “A guavira dá um efeito mais doce e suave [na pinga]”, relata.
“Na verdade, a pinga com guavira e ótima e todos que gostam de uma boa bebida; ela é ideal para o final de tarde”, sugere. “Tudo com moderação”,alerta.
O técnico florestal Rogério Barbosa também é um expert na arte de colher guavira. Ontem ele foi com a família – esposa, irmã e cunhado – no terreno nas imediações do Bairro Vista Alegre, no perímetro urbano da Cidade. Voltou com dois baldes cheios da fruta. Deu para distribuir à família e ainda sobrou bastante.
Hoje Rogério foi para outra região, no cerrado às margens da estrada paralela à Fazenda do Xororó. Lá não foi muito bem sucedido, porque o local parece já ter sido bastante explorado este ano. Mas não voltou de mãos abanando. Além de algumas guaviras, foi premiado também com alguns pequis. Diferente de Mariá, o objetivo de Rogério é apenas comer a fruta.
Fruta símbolo de MS
Uma lei de 2017 transformou a guavira em símbolo do Mato Grosso do Sul. A homenagem foi feita porque a fruta é abundante e apreciada no Estado. Também conhecida como gabiroba, a guavira tem como nome científico Campomonesia adamantium. É isso mesmo, o nome OFICIAL da guavira é adamantium, o mesmo metal de que é feito o esqueleto praticamente indestrutível do personagem dos quadrinhos Wolverine. Isso se deve ao fato de ser conhecida como fruta da resistência, característica marcante também no mutante dos X-Men. Venha conosco e conheça mais sobre esse incrível alimento.
O título curioso foi dado porque as frutas começam a aparecer nos guavirais nativos depois da seca. Após esse período de pouca disponibilidade de água, a planta é uma das poucas a frutificar, por isso é reconhecida como resistente. Isso ocorre de setembro a novembro e a colheita precisa ser rápida. As frutas amadurecem ligeiramente e duram, no máximo, duas semanas.
Apesar de ser símbolo do Mato Grosso do Sul, a gabiroba pode ser encontrada no Distrito Federal e nos estados do Centro-Oeste, além de São Paulo, Minas Gerais, Tocantins e Bahia. Às vezes aparece até mesmo nos estados da região Sul do Brasil, no Paraguai e na Argentina.
Bolo de Guavira
Ingredientes
-5 gemas
-3 claras
-90 g de chocolate branco
-150 g de manteiga sem sal
-80 g de açúcar
-100 g de farinha de trigo
-200g de polpa de guavira
Preparo
Derreta o chocolate branco em banho maria e reserve. Separadamente derreta a manteiga no mesmo processo e junte ao chocolate já derretido. Em um ball (cumbuca), bata levemente as gemas e junte à mistura do chocolate com a manteiga.
Em outra vasilha coloque as claras e o açúcar, misturando (batendo) bem até dissolver o açúcar nas claras.Junte ambas as preparações já feitas e nelas acrescente a farinha de trigo, preferencialmente peneirada para uma melhor homogeneização.
Por último acrescente a polpa da guavira, misturando bem até dar o ponto da massa. Deixe gelar por algumas horas no frezer