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A arte de laçar - Sim, existem formas de divertimento não ligadas à tecnologia

13 de agosto de 2019 Retratos da Cidade
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O pequeno Marcos Antônio sob o olhar atento do avô

Nem celular, nem jogos de game ou televisão. Parece impossível, mas tem crianças que ainda consegue divertir-se com práticas totalmente fora dos padrões das brincadeiras atuais. Ou seja, longe da tecnologia. Ontem (12), pouco depois das 18 horas, uma cena chamou a atenção em uma rua de Água Clara. Orientado por um jovem, um menino tentava laçar uma cabeça de boi afixada a um cavalete, simulando o animal em pé.

O garotinho se trata de Marco Antônio Gomes, 6 anos, que tem o laço como uma de suas paixões. O boi de mentirinha foi fabricado por um amigo que aprendeu a gostar da arte com a família do seu “aluno”, que é neto de Antônio Carlos, 51 anos, conhecido como Tirado e que tem uma vida inteira dedicada ao serviço do campo, especificamente, na lida com gado. Durante boa parte do seu meio século de vida foi boiadeiro, daqueles que conduzia o rebanho estradão afora. Ah! Ele, juntamente com o filho, estava naquela missão de deter três vacas que saltaram de um caminhão boiadeiro aqui em Água Clara, durante a noite, no mês de junho último.

Voltando ao garoto. O sonho de seu avô, é que ele, a exemplo dos filhos, siga os seus passos.  “Quase toda a família mexe com gado”, conta, orgulhoso. E o parece que o neto vai enveredar pelo mesmo caminho, pois, segundo Tirado, constantemente, ele deixa a residência do pai para ficar na sua, buscando aprender cada vez mais.

Por enquanto, Marcos Antônio tem que se contentar com a simulação. “Mas quando aprender a andar de cavalo vai laçar de verdade”, diz o avô. E o pequeno concorda.

E Tirado – que atualmente doma cavalos xucros para comercializar – faz uma observação importante: “Em primeiro lugar, os estudos”.

 Mas o sonho de Tirado, mesmo, é um dia poder montar um lugar destinado ao ensino da prática do laço – e outras atividades afins – voltado para crianças. “Seria uma das melhores coisas para afastar elas das ruas e das coisas erradas, como a droga, por exemplo”, avalia.



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