Com o alto preço dos imóveis e dos alugueis em Ribas do Rio Pardo, com aumento em torno de 400%, motivado pela construção da fábrica da Suzano, em que estão sendo investidos R$ 19,3 bilhões no município e região. Para frear esta especulação imobiliária, a empresa começou a construir 954 casas para garantir moradia aos seus funcionários a partir do próximo ano, quando a fábrica deve entrar em operação.
Conforme informação da assessoria da empresa ao Correio do Estado, serão 551 casas de 46 metros quadrados (dois quartos) e 403 com 59,3 metros quadrados (três quartos).
As obras estão na fase de terraplanagem do terreno. Entrento, a previsão é de que as primeiras unidades sejam entregues no primeiro semestre do próximo ano e todas devem estar concluídas até o fim de 2024.
Estas moradias serão para atender aos colaboradores que trabalharão nas operações industriais e florestais da empresa. Estima-se que serão necessários cerca de 3 mil trabalhadores próprios e terceirizados para colocar a fábrica em funcionamento, sendo que boa parte destes será contemplada com os imóveis, pelos quais pagarão um valor simbólico, sem pagamento de aluguel, mas apenas uma coparticipação por meio do pagamento de uma taxa de uso do imóvel.
Conforme explica o site, o empreendimento está sendo feito nos moldes do que ocorreu em Três Lagoas, onde também havia falta de imóveis e a empresa construiu casas.
Na fase de construção do que é o maior projeto habitacional atualmente em andamento em Mato Grosso do Sul devem ser gerados em torno de 320 empregos diretos. E esta abertura de novas vagas coincide com o pico de geração de empregos no chamado Projeto Cerrado.
Estima-se que no próximo mês de abril seja atingido o número de dez mil pessoas trabalhando ao mesmo tempo no canteiro de obras, sendo que boa parte deste contingente veio de outras cidades. Isso significa que a população do município de Ribas do Rio Pardo, que era de cerca de 20 mil habitantes, está tendo um acréscimo da ordem de 50%.
Projeto Cerrado
O empreendimento todo prevê investimento de R$ 19,3 bilhões, sendo R$ 14,7 bilhões na indústria e outros R$ 4,6 bilhões no plantio de florestas e logística. Essas florestas estão sendo cultivadas num raio de até 65 quilômetros no entorno da fábrica, o que é menos da metade da distância média de outras unidades da Suzano, que é de 156 quilômetros.
A capacidade de produção após o início das operações será de 2,55 milhões de toneladas anuais. E além de papel e celulose, o empreendimento bilionário prevê a geração de 180 megawatts médios de energia elétrica. Isso é suficiente para abastecer uma cidade com 2,3 milhões de habitantes por um mês. Para efeito de comparação, a hidrelétrica instalada no Rio Verde, na divisa entre os municípios de Água Clara e Ribas do Rio Pardo, tem capacidade para gerar 28 megawatts.