Quase todo mundo já ouviu falar sobre eles, mesmo sem saber exatamente “quem” ou “o que” são. O fato é que fulano, beltrano e sicrano – e não ciclano, como muitos dizem – não são personagens incorporados na linguagem popular. São apenas termos usados, geralmente, em duas situações. Para tratar de indivíduos desconhecidos e até mesmo para se referir a alguém que você sabe quem é, mas, naquele determinado momento, acabou se esquecendo do nome. Segundo estudiosos da língua, a palavra “fulano” tem origem árabe e teria sido incorporada à língua espanhola no século 13. Inicialmente, o termo era usado como adjetivo, mas depois passou a ser considerado um substantivo, que representa um indivíduo não identificado. E, quando usado no diminutivo, o termo ganha até sentido pejorativo, para caracterizar um sujeito qualquer, sem importância. Acredito que você já tenha ouvido alguém dizer “fulaninho” para se referir a alguém que considera desprezível.
No dicionário, fulano, beltrano e sicrano têm o mesmo significado, porém origens diferentes. Etimologistas explicam que beltrano é uma variação de Beltrão, um nome muito popular em Portugal e na Espanha por ser bastante usado em histórias medievais, com donzelas e cavaleiros.
Já sicrano teria origem desconhecida. Porém, alguns estudiosos arriscam dizer que a palavra teria procedência árabe e significaria bêbado. Outros já defendem que sicrano teria partido de uma interjeição espanhola similar ao nosso “ei, psiu!”, às vezes usado para chamar alguém.
Agora, não há consenso sobre as circunstâncias em que as palavras beltrano e sicrano também passaram a ser empregadas para designar indivíduos indeterminados. O que se sabe é que o sufixo “ano” teria sido incorporado a esses termos por analogia à palavra fulano, completando a tríade tão popular. E quase que inseparável! Com exceção de fulano, dificilmente você vai encontrar beltrano e sicrano usados de forma isolada. Tá Explicado?