Preço do feijão-carioca subiu e tem pesado no bolso do campo-grandense. Com isso, a população tem encontrado dificuldades de incluí-lo nas refeições do dia a dia.
Dados da cesta básica, divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), apontam que o preço do alimento, em Campo Grande, subiu 2,82% em fevereiro de 2023, a maior alta do mês.
O aumento chega a 19%, se contar os sete registros de alta ao longo dos 12 meses de 2022.
Preço médio da semente passou de R$ 7,38 em fevereiro de 2022 para R$ 9,17 do mesmo mês de 2023. Portanto, em um ano, o quilo do feijão carioquinha ficou R$ 1,79 mais caro.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a economista Andreia Ferreira afirmou que o feijão-carioca está mais caro devido a diminuição da área plantada, baixa qualidade dos grãos e aumento da disponibilidade do feijão-preto.
Além disso, ressaltou que o feijão-preto, que é mais barato, tem sido a opção de muitos sul-mato-grossenses, em virtude das altas sucessivas.
“Os consumidores têm trocado muito [feijão-carioca por feijão-preto], porque tem sido o jeito de manter as contas em ordem”, explicou.
Além do feijão, a manteiga (2,03%), arroz agulhinha (1,98%) e pão francês (0,88%) também registraram as maiores altas na cesta básica de fevereiro.
O feijão é uma semente da família Fabaceae. É rico em ferro, proteínas, lisina, tiamina, riboflavina, niacina, ácido fólico, ferro, cálcio, potássio e fósforo.
Em entrevista exclusiva ao Correio do Estado, a nutricionista e pós-graduada em nutrição esportiva, Lauana Emanuela Oliveira, afirmou que a semente é benéfica para a saúde do ser humano.
Além disso, previne anemia, proporciona saciedade, auxilia no bom funcionamento do sistema imunológico e controla níveis de colesterol e glicemia.
“O feijão ajuda a prevenir câncer por causa de alguns antioxidantes, doenças cardiovasculares e controla níveis de colesterol e anemia ferropriva, por ser rico em ferro”, explicou.
Deve-se cozinhar o alimento antes de consumi-lo. A dica é deixá-lo de molho, no mínimo, 16 horas antes do cozimento. Depois disso, é aconselhável descartar esta água e colocar outra para cozinhar. Após isso, pode congelar o alimento.
“Isso vai ajudar a evitar tantos gases e também vai diminuir 80% algumas substâncias antinutricionais, como o fitato, que dificulta absorção de outros nutrientes, o rafinose que é composta por galactose, frutose e glicose, que também não tem uma boa digestão”, detalhou.
É possível substituir a qualidade 'preta' pela qualidade 'carioca', pois as calorias e nutrientes de ambos são semelhantes, mas, o feijão preto se destaca mais por ter mais antioxidante, como a antocianina.
Existem vários tipos de feijão e os mais comuns em Mato Grosso do Sul são feijão-carioca e feijão-preto. Confira outras qualidades: