Água Clara Artigos Brasil Economia Esporte Farpas Geral Policial Política Retratos da Cidade Ribas do Rio Pardo Três Lagoas
+17
°
C
Máx.:+17
Mín.:+14
Sáb
Dom
Seg
Home - Economia

Crescimento do País desacelera; na contramão, MS projeta alta de 3,5%

03 de março de 2023 Economia
×

A desaceleração da economia brasileira em 2022 sugere um ritmo mais modesto de crescimento neste ano.

Na contramão, Mato Grosso do Sul tem altas projetadas bem acima da média nacional, tanto para o crescimento do ano passado quanto para o deste ano. 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o resultado anual do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no País, foi de 2,9% em 2022.

Para este ano, o Banco Mundial aponta alta de apenas 0,8%. Já os dados regionais indicam 5% no ano passado e 3,5% neste ano. 

 

Os dados de Mato Grosso do Sul foram projetados pela Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), com base em levantamentos de consultorias. 

“Temos uma expectativa de que em 2023 nós tenhamos um crescimento muito acima dessa média. No ano passado, as consultorias indicavam uma possibilidade de crescimento de 5% em Mato Grosso do Sul. O cenário hoje tem todas as condições de um crescimento médio, talvez chegando a 3,5%”, disse ao Correio do Estado o titular da Semadesc, Jaime Verruck. 

O secretário explica que o Estado vem na contramão em razão da continuidade de investimento público.

“Hoje tem uma margem de investimento público, principalmente infraestrutura, que vai se dar continuidade. E atração de investimentos privados: no momento, temos uma expansão muito forte da base agrícola, expansão da indústria, investimentos na área de avicultura, suinocultura e agroindustrialização”.

“Temos um conjunto de propulsores de desenvolvimento e de novos mercados, investimento público e privado e aumento de exportações, que garante a Mato Grosso do Sul um crescimento acima da média nacional”, complementou Verruck.

O economista Eduardo Matos corrobora a fala do secretário e destaca a expansão da base produtiva do Estado, com a atração de importantes players. 

“Parte disso se deve aos incentivos fiscais concedidos pelo Estado. Além disso, hoje a localização é considerada privilegiada, mesmo sem acesso ao oceano, isso porque empresas localizadas em Mato Grosso do Sul – destaque para a região leste – têm fácil acesso por rodovia para as regiões Sudeste e Sul do País, os principais mercados consumidores do País”, afirmou.

NACIONAL

A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda, em nota divulgada ontem, avaliou que a desaceleração acentuada do ritmo de crescimento em 2022 “repercute, sobretudo, a reduzida liquidez no ambiente externo e o ciclo contracionista da política monetária [aumentos da taxa básica de juros, a Selic]”.

O principal ponto mencionado como empecilho para o crescimento nacional este ano são as taxas de juros, não somente no Brasil, mas em todo o mundo. O economista Eduardo Matos acredita que o Brasil já vem de uma fragilidade econômica anterior à pandemia. 

“Abaixo mesmo em comparação com outros países latinos de mesma estrutura, como México. A estrutura econômico-produtiva brasileira é vulnerável e suscetível a crises, dificultando a recuperação do ritmo de crescimento. Diante do retrospecto, somado ao cenário externo desfavorável e com expectativas pessimistas, o impacto da desaceleração e o baixo nível de crescimento renderão ao Brasil alguns anos para recuperação”.

O secretário avalia que a projeção do Brasil de 0,8% “não é uma boa notícia”, principalmente, em função da instabilidade do mercado interno e da política. 

“Estamos tratando de reforma tributária, que gera um impacto de longo prazo, tem um novo Congresso, uma questão de teto, política monetária em termos de juro. Quando a gente fala no conjunto do PIB, o primeiro olhar é o equilíbrio fiscal. Este ano nós temos uma aprovação de furar teto já acordada, estabelecida, quer dizer, nós não temos uma sinalização de equilíbrio fiscal”. 

“Por outro lado, no âmbito da política monetária, existe uma pressão para a redução de juro. Quanto mais esse juro ficar elevado, mais riscos temos de não crescimento do PIB, é esta conta que está sendo feita, por isso que está sinalizando somente 0,8% de crescimento, em função de um risco fiscal”, considerou Verruck. 

Além dos pontos citados, ainda há de se considerar o mercado internacional, com conflitos e crises que acabam também atingindo e desestabilizando a economia brasileira.



Notícias