Água Clara Artigos Brasil Economia Esporte Farpas Geral Policial Política Retratos da Cidade Ribas do Rio Pardo Três Lagoas
+17
°
C
Máx.:+17
Mín.:+14
Sáb
Dom
Seg
Home - Retratos da Cidade

Aos 13 anos ele saiu do Sul, mas o Sul ainda não saiu dele

27 de abril de 2019 Retratos da Cidade
×
×
×
×
×
O gaúcho Antônio Leandro

O aposentado Antônio Leandro, 71 anos, deixou a sua terra Natal, Santa Maria (RS), aos 13 anos de idade, acompanhando os seus pais, que se mudaram para Martinópolis (SP). Apesar de tantas décadas longe dos pampas, retornou lá apenas uma vez, à cidade de Gramados. Conforme explica, praticamente todos os seus parentes se mudaram de lá. “A gente tem saudade do Sul, mas o bom lugar é onde a gente tá”, diz.

Estar distante, entretanto, não significa que se esqueceu dos costumes daquela região. O chimarrão pela manhã, por exemplo, é sagrado; esteja o clima frio ou não. “No dia que não tomo o mate, dá dor de cabeça e uma moleza, que só vendo”, conta. Aliás, ele tem uma coleção de cuias e bombas e outros objetos característicos. Além disso, transita pelas ruas de Água Clara com um chapéu modelo campeiro, com barbela a barbela presa ao queixo, e mantém a barba ao estilo gaúcho. “Uso chapéu desde piá (menino)”, diz. Não chega a usar as roupas típicas, mas tem guardada em casa a bombacha, guaiaca e colete e a bota, que só usa quando vai a alguma festa especial.  Aliás, ele fez questão de ser fotografado com o trajo.

Seu prato preferido é arroz, feijão e carne, de preferência churrasco.  Ah! Também curte as músicas do Sul cantadas, por exemplo, por Berenice Azambuja, Gaúcho da Fronteira, Teixeirinha e Porca Veia, entre outros.

Pai de uma única filha, que lhe deu dois netos, o Gaúcho reside sozinho no Jardim das Palmeiras, em uma enorme casa que ainda não terminou de construir, com um quintal repleto de plantas. A sua maior diversão é o trabalho. Mesmo gostando de pescar, garante que troca a pesca pelo trabalho. Como não tem esposa, é ele quem faz a boia - almoço e janta - para ele e para seus bichos. Atualmente está com cinco cachorros que pegou na rua. Gosta também de uma cervejinha.

Desde 2004 Gaúcho mora em Água Clara, porém há mais de 30 vive “de volta da cidade”, trabalhando na confecção de cercas, atividade que começou a desempenhar aos 22 anos. Sempre trabalhou com caminhão e motosserra. Avalia, porém, que esta segunda profissão há muito tempo deixou de ser valorizada. “O pessoal não paga o que vale no motosserra”, reclama.

Apesar da idade avançada, afirma que trabalha no mesmo ritmo de antes. “Na saúde eu tenho uns 15 anos de idade”, brinca, afirmando que não se lembra de ter ido ao médico por algum tipo de doença, a não ser quando quebrou a costela. Agora mesmo, está esperando sair um serviço grande na área de cerca.



Notícias