Em todo o Brasil, as eleições 2022 retiraram de cena alguns políticos tradicionais com alguns anos ininterruptos no poder, os quais não conseguiram ser reeleitos ou tiveram frustrada a tentativa de voos mais altos. É o caso, por exemplo, da senadora Simone Tebet (MDB), que concorreu à Presidência da República e ficou em terceiro lugar no primeiro turno. No caso de Simone, porém, a derrota teve um sabor de vitória.
Mesmo tendo ficado distante de Lula e Jair Bolsonaro, que disputarão o segundo turno, a três-lagoense – que desde que foi eleita vice-governadora vota em Campo Grande -, com certeza se firma como uma nova liderança em nível nacional, graças aos quase cinco milhões de votos recebidos, desbancando nada menos que o cearense Ciro Gomes, que disputou o cargo pela quarta vez.
É óbvio que tinha consciência de que prevaleceria a polarização entre os candidatos do PT e do PL, porém, creio que seu objetivo foi alcançado, o que a deixará em evidência pelos próximos anos.
Prefeita de Três Lagoas por dois mandatos, Simone fez uma administração revolucionária, cujas marcas são inequívocas, até os dias atuais. Sendo assim, uma das possibilidades para o futuro político de Simone, conforme comentários nos bastidores, seria em 2024 voltar a disputar a Prefeitura de sua terra natal. Entretanto, com a votação pífia no município (3.590 votos, em um universo de 65.737 votantes) em 2 de outubro último, é de se pensar se estaria disposta correr tal risco. A mesma análise aplica-se no caso de sonhar com algum cargo majoritário em nível estadual, uma vez que em todo o MS, sua votação foi igualmente inexpressiva: 79.719, quando 1.555.149 foram às urnas.
Uma coisa, pórem, é liquida e certa: o sobrenome Tebet deverá estar presente no político nacional por muitos anos, levando-se em conta a obstinação e de Simone, qualidade que herdou de seu pai, o saudoso senador Ramez Tebet, que foi ministro e presidente do Congresso Nacional.
Trajetória de Simone Tebet
De 2003 até os dias atuais, com exceção de um breve período em 2010, Simone Tebet sempre esteve no exercício de um mandato. Foi deputada estadual entre 2003 e 2005, prefeita entre 2005 e 2010, vice-governadora entre 2011 e 2014 e é senadora desde 2015 até fevereiro, quando encerra seu mandato.