Pescaria é o que José Paulo da Silva Santos, 58 anos, mais gosta de fazer nas suas poucas horas de folga. Pescador que se preze, porém, possui uma embarcação adequada para a realização do seu hobby e esse sempre foi o sonho de Zé Paulo. Ocorre que os ‘trocados’ – como disse - que ganha com os fretes realizados com seu caminhão F-4000 e algumas outras “gambiarras” nunca permitiram a realização deste sonho. Um barco usado, sem motor, custa em torno de R$ 3 mil.

Aproximadamente dois meses atrás, então, decidiu construir o seu próprio barco, com o qual pretende praticar o seu passatempo preferido nas muitas lagoas ao redor de Água Clara.

Zé Paulo chegou a Água Clara em 1990, oriundo de Douradina, cidade paranaense, onde já havia construído um “bote”, nos idos de 1974. Desde então, entretanto, nunca mais repetiu a façanha.

O barco, que ficou pronto nesta semana, foi construído nas horas de folga, de forma totalmente artesanal na garagem de sua casa. No espaço é mantida uma oficina improvisada, onde costuma exercitar outras habilidades, como a confecção de bancos e cadeiras de área, por exemplo.  A vantagem de construir um barco de madeira, segundo o aprendiz de Noé, é que não há a necessidade de motor de popa, podendo ser pilotado apenas com o uso de remos, o que torna ainda mais barato o seu entretenimento. Apesar de que foi preparado para a acoplagem de motor. 

Ele ainda não testou impermeabilidade e nem a estabilidade do barco, mas garante é totalmente seguro e que não irá naufragar. A sua intenção é “batizar” o ‘novo brinquedo ’ neste final de semana, se o clima favorecer.

Zé Paulo diz que construiu o barco exclusivamente para pescar com a família (esposa, filhos, genro e netas) aos finais de semana, mas que se pintar alguém querendo comprá-lo, não pensará duas vezes antes de passar para frente. “Depois construo outro”, brincou.

Investimentos

A obra prima, projetada pelo próprio Zé Paulo, tem quatro metros de cumprimento e comporta até quatro pessoas. Os gastos, em torno de 700 reais, foram com madeiras apropriadas (garapa, pinus e timburí), com parafusos, com tinta e com o serviço de marcenaria, onde foram aplainadas as tabuas. Teve um gasto significativo também com calafetagem (R$ 200 de piche), para que o artefato não faça água quando for utilizado.